quinta-feira, 31 de maio de 2012

O Segundo Sol


Nando Reis
Quando o segundo sol chegar
Para realinhar
As órbitas dos planetas
Derrubando com
O assombro exemplar
O que os astrônomos diriam
Se tratar de um outro cometa...(2x)
Não digo que não me surpreendi
Antes que eu visse, você disse
E eu não pude acreditar
Mas você pode ter certeza
De que seu telefone irá tocar
Em sua nova casa
Que abriga agora a trilha
Incluída nessa minha conversão
Eu só queria te contar
Que eu fui lá fora
E vi dois sóis num dia
E a vida que ardia
Sem explicação...
Quando o segundo sol chegar
Para realinhar
As órbitas dos planetas
Derrubando com
O assombro exemplar
O que os astrônomos diriam
Se tratar de um outro cometa...(2x)
Não digo que não me surpreendi
Antes que eu visse, você disse
E eu não pude acreditar
Mas você pode ter certeza
De que seu telefone irá tocar
Em sua nova casa
Que abriga agora a trilha
Incluída nessa minha conversão
Eu só queria te contar
Que eu fui lá fora
E vi dois sóis num dia
E a vida que ardia
Sem explicação
De que seu telefone irá tocar
Em sua nova casa
Que abriga agora a trilha
Incluída nessa minha conversão
Eu só queria te contar
Que eu fui lá fora
E vi dois sóis num dia
E a vida que ardia
Sem explicação...
Explicação, não tem
Não tem Explicação..(2x)
Explicação, não tem
Sem Explicação!...
Explicação, não tem
Explicação!
Não tem, não tem!

De amigos verdadeiros, simplicidade e outras coisas

Hoje a saudade me fez despertar bem cedinho. Diferentes razões  tiraram-me o sono e botaram-me fora da cama antes das seis nos últimos anos, principalmente os estudos. A preocupação com os filhos também já executou essa tarefa. E as angústias de gente grande também, é claro. Muita coisa já me despertou nessa vida, balançou meu corpo adormecido, encheu minha mente de ideias e acelerou meus pensamentos, mas a saudade é coisa inédita nesse quesito.

Acordei hoje com saudade daquele tempo em éramos pessoas simples. Todos éramos iguais. Não tínhamos quase nada, somente uma casinha singela para morar, um meio de transporte para nos locomover e o dinheiro contadinho para pagar as contas do final do mês. Tudo era escasso nas nossas vidas, exceto a paz, a pureza  e a alegria que a gente alimentava na companhia dos amigos. E estávamos sempre juntos. Não tirávamos fotografias para registrar aqueles momentos ( Isso custava muito caro. Mandar fotos para serem reveladas não era para qualquer um e contratar retratista menos ainda. Máquina fotográfica era artigo de luxo!) e tampouco publicávamos nossas fotos em redes sociais (nem sabíamos o .que era internet), mas promovíamos encontros de comemoração sem motivo nos quais a única coisa a ser comemorada era a própria vida.

 Fazíamos festas de arromba com pouca coisa, shows com disco tocando na vitrola e dançávamos, ríamos e conversávamos bastante.O que importava era estar juntos de quem a gente queria bem. Ninguém se importava com a qualidade ou quantidade do que era servido pelo anfitrião da vez. A alegria de estar no seu lar compartilhando com ele o simples fato de estar vivo, não tinha preço.

Durante a semana o trabalho era árduo, no entanto, a dureza da labuta diária não impedia que de vez em quando alguém aparecesse na sua casa numa noite qualquer e sem avisar. A surpresa não causava aborrecimento, ao contrário, trazia consigo uma alegria imensa. A televisão era deixada de lado e todo mundo conversava descontraidamente sobre banalidades (e fatalidades, caso houvesse). Nessas ocasiões era oferecido café fresco aos visitantes. Café com língua como dizia minha mãe, porque não geralmente não se tinha bolos e biscoitos para acompanhá-lo

Os domingos eram regados de risos e vozes altas. Casas cheias, crianças correndo, cachorro, periquito e papagaio também. Tudo misturado. Era uma deliciosa bagunça que reinava da cozinha onde era preparada uma deliciosa galinha caipira com feijão farofado, até a sala onde se jogava partidas intermináveis de dominó ou cartas. O bom humor reinava absoluto. Ninguém estava preocupado com monografias e nem teses de doutorado, nem com a crise europeia, muitos menos com a CPI do Cachoeira. A vida era uma festa e viver era festejar estando rodeado de amigos porque nisso se resumia a felicidade.

Fico pensando. Estudamos tanto para ter a tão sonhada vida de qualidade, com a consequente melhoria dos nossos salários. Trabalhamos feito burros de carga, muitas vezes de domingo a domingo. Agendamos todos os nossos compromissos. O tempo é pouco para nós. Não temos tempo de ligar para os nossos amigos, muito menos visitá-los. Caso tenhamos tempo, falta-nos dinheiro para oferecer um almoço à altura para podermos convidá-los. Sim, porque ninguém mais bate à porta do outro sem ser convidado. Por isso sabemos tanto do mundo e tão pouco dos nossos amigos e de nós mesmos porque nos entendíamos, compreendíamos as nossas dores e os nossos conflitos nas dores e conflitos daqueles que se abriam conosco. Percebíamos a nossa condição de humanos com mais facilidade. E penso que éramos mais completos e mais felizes.
Não falo pelo outros. Falo por mim. Que saudade daquele tempo em que a vida era feita de amigos verdadeiros, simplicidade e outras coisas. 

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Leia, vote, não se esqueça: Use, seja, ouça, diga...

 

Admirável Chip Novo 

Pitty

Pane no sistema, alguém me desconfigurou
Aonde estão meus olhos de robô?
Eu não sabia, eu não tinha percebido
Eu sempre achei que era vivo
Parafuso e fluído em lugar de articulação
Até achava que aqui batia um coração
Nada é orgânico, é tudo programado
E eu achando que tinha me libertado
Mas lá vem eles novamente
E eu sei o que vão fazer:
Reinstalar o sistema
Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga
Tenha, more, gaste e viva
Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga...
Não senhor, Sim senhor (2x)
Pane no sistema, alguém me desconfigurou
Aonde estão meus olhos de robô?
Eu não sabia, eu não tinha percebido
Eu sempre achei que era vivo
Parafuso e fluído em lugar de articulação
Até achava que aqui batia um coração
Nada é orgânico, é tudo programado
E eu achando que tinha me libertado
Mas lá vem eles novamente
E eu sei o que vão fazer:
Reinstalar o sistema
Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga
Tenha, more, gaste e viva
Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga...
Não senhor, Sim senhor (2x)
Mas lá vem eles novamente
E eu sei o que vão fazer:
Reinstalar o sistema.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

metamorfoses

Metamorfose Ambulante
Composição: Raul Seixas
Prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo
Eu quero dizer
Agora, o oposto do que eu disse antes
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo
Sobre o que é o amor
Sobre o que eu nem sei quem sou
Se hoje eu sou estrela
Amanhã já se apagou
Se hoje eu te odeio
Amanhã lhe tenho amor
Lhe tenho amor
Lhe tenho horror
Lhe faço amor
Eu sou um ator
É chato chegar
A um objetivo num instante
Eu quero viver
Nessa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo
Sobre o que é o amor
Sobre o que eu nem sei quem sou
Se hoje eu sou estrela
Amanhã já se apagou
Se hoje eu te odeio
Amanhã lhe tenho amor
Lhe tenho amor
Lhe tenho horror
Lhe faço amor
Eu sou um ator
Eu vou lhe desdizer
Aquilo tudo que eu lhe disse antes
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

De Volta Pro Aconchego

Elba Ramalho

Composição: Dominguinhos - Nando Cordel

Estou de volta pro meu aconchego
Trazendo na mala bastante saudade
Querendo
Um sorriso sincero, um abraço,
Para aliviar meu cansaço
E toda essa minha vontade
Que bom,
Poder tá contigo de novo,
Roçando o teu corpo e beijando você,
Prá mim tu és a estrela mais linda
Seus olhos me prendem, fascinam,
A paz que eu gosto de ter.
É duro, ficar sem você
Vez em quando
Parece que falta um pedaço de mim
Me alegro na hora de regressar
Parece que eu vou mergulhar
Na felicidade sem fim

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Ora (direis) ouvir estrelas!

"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-Ias, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto ...

E conversamos toda a noite, enquanto
A via láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"

E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas."

Olavo Bilac